sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CARNAVAL DA ILHA TERCEIRA

Ao chegar o mês de Janeiro começam os ensaios das danças ou bailinhos de Carnaval, embora alguns se iniciem em Dezembro, quando o Entrudo é muito cedo, ou seja, no início de Fevereiro. Nem todas as freguesias as realizam, mas todas abrem os seus salões ou sociedades recreativas para as receberem.
Vários escritores escrevem os enredos, todos são naturais da ilha. O mais afamado é o Hélio Costa da Vila das Lajes com centenas de assuntos engraçados e críticos, embora o Ricardo Martins, da mesma localidade, também tenha grande mérito actualmente, assim como o João Mendonça, da freguesia da Agualva e outros homens de freguesias diversas. Algumas mulheres já se aventuraram na escrita de alguns enredos. Ultimamente, existem mais de cinquenta enredos todos os anos, mas em décadas anteriores a 1990 não eram assim tantas.
Fazem-se as danças de dia, ou seja, as de espada, que contam casos da vida real dramáticos que, por vezes, fazem chorar e as danças da noite - danças de pandeiro ou varinha (chamadas de bailinhos), são divertidas e muitas vezes criticam a sociedade ou contam histórias da televisão ou da vida real, mas sempre com sentido de humor e, muitas vezes, apimentadas.
Cada dança tem dançarinos, que, nas danças da noite, também são os músicos, pois cada um leva um instrumento e tocam, fazem uma coreografia simples, compõem duas filas, por vezes mais, mas muito escassamente, os rapazes muitas vezes ficam dum lado e as raparigas de outro, mas de outras há a intercalação de um de cada sexo, deixam sempre um espaço amplo no meio que é ocupado, a maior parte das vezes, por um mestre, o puxador da dança ou bailinho, levando na mão um pandeiro ou uma varinha ou até uma espada, no caso da dança ser de dia. Cada mestre usa chapéu com ou sem penas ou plumas, veste uma roupa diferente e mais bonita do que a dos restantes, canta a saudação, apresenta o assunto, participa nele (muito raramente) e canta a despedida. Vão todos vestidos a rigor. Os rapazes muitas vezes vão com blusa, colete e calças lisas finas, com dois ou mais tons, por vezes levam chapéu simples. As raparigas raramente levam chapéu, usam blusas e calças (poucas vezes) ou saias e blusas ou vestidos, no mesmo tom das roupas dos rapazes, com ornamentos, às vezes, a combinar com o assunto da representação teatral amadora, mas de grande valor e apreço cá na ilha. Na América e no Canadá também fazem dessas danças (de pandeiro ou espada) e algumas vêm cá actuar e as nossas vão lá. Algumas representações juntam pouquíssimos elementos que são chamadas de comédias, contudo, nem sempre têm a piada esperada, contendo mais crítica do que graça.
Em cada sociedade recreativa podemos encontrar algumas pessoas fantasiadas e com máscaras, às vezes, assustadoras, roupas diferentes das outras e por vezes fora do normal. Costumavam chamar-se a essas pessoas de Mascarados. Ultimamente, nas freguesias do Concelho da Praia da Vitória, já se vêem menos do que há anos atrás.
Gosto bastante da nossa festa de Carnaval. Costumava sentar-me nos salões a assistir às representações, porém, estes últimos anos, sigo com os elementos do bailinho pelos salões e também petisco qualquer coisa.
É no sábado de Carnaval que actualmente começam, passando agora a ser quatro dias, embora saibam sempre a pouco, apesar do cansaço. No sábado à noite, depois de actuarem no local de ensaio pela última vez, começam a dançar em diversos salões ao redor da ilha, e só param às tantas da madrugada. Após cada actuação nos salões das diferentes freguesias é servido aos elementos do bailinho e acompanhantes uns petiscos. Depois dos petiscos retornam aos seus carros ou carrinhas para se encaminharem para um novo salão de recepção de bailinhos de Carnaval. No domingo começam mais cedo, volta das três da tarde e vai pela noite dentro. Na segunda e na terça-feiras acontece o mesmo, só que nesse último dia terminam à meia-noite, começando a quarta-feira de Cinzas, dia em que todos os que participaram nessa festa dormem até depois do meio-dia, fazem jejum (porque se principia a Quaresma) e preguiçam para no dia a seguir voltarem ao trabalho.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A CALMA DOS DIAS

Os dias nunca são iguais,
Embora pareçam, -
Por serem monótonos
E até rotineiros, -
Porque o tempo
Está sempre a mudar
E o mundo a girar.

Nada é igual ao que foi!
Porquê tentar adivinhar
Ou prever os acontecimentos?
Deixemos que a surpresa
Nos invada as vidas
E vivamos com mais calma
No interior para podermos sorrir.

DESCOBERTA DE SI

Nasci com os outros
E como eles,
Mas com o passar
Dos dias e dos anos,
Diferenciei-me.
Eu senti qualquer coisa
Subir e se instalar;
Está aqui há muito tempo,
Mas não tinha mostrado:
A inspiração.

A existência
Supera a essência,
Muitas vezes o Humanismo
Põe-se à frente de tudo
E nos tornamos egocêntricos,
Sem nos darmos conta,
Do dia para a noite.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

RECORDAÇÕES

Palavras, leva o vento,
São os actos,
As preocupações,
Os sentimentos,
Os pequenos gestos
Que nos trazem
Mais recordações.

QUARTO AREJADO

Depois de muito, muito tempo
Às escuras e fechado,
O quarto foi arejado
Num dia em que não havia vento.

Os raios de sol voltaram
A entrar, alegraram
Os móveis expostos
Que andavam desejosos
Para mais um sorriso
Dum amigo querido
Que andava perdido,
Mas nunca esquecido.

Assim o quarto está tão bonito!
As paredes não param de sorrir
E os móveis de saltitar.
Jamais alguém conseguirá dormir,
Tudo isto vai excitar.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A MAGIA DA VIDA

A magia da vida
É festejada por todos,
Porque todas as pessoas
Querem concretizar seus sonhos.

Também se percebe
O quanto a vida é mágica
Ao termos uma família
E ao se ser feliz
Junto do seu par.

Aproveitemos a vida
Enquanto a tivermos,
Porque depois de perdida
Já é tarde demais.

INTERIOR

A riqueza interior
Talvez esteja no coração,
Nos ossos, na alma ou nos orgãos.
Temos de a descobrir
Sem receio, com amor,
Pois somos capazes de sentir
A nossa voz oculta a subir
Pela encosta de frescura
Que o nosso espírito segura.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

NOITE DE REIS

O ano novo já entrou
E nós estamos felizes
Celebrando com amor
A tradição das raízes.

REFRÃO
Os Reis festejo
Sentindo grande alegria
E para vós desejo
Uma noite de magia.


A noite está estrelada,
Sai de nós grande emoção
Para esta praça iluminada
Que nos enche o coração.

REFRÃO

Nesta noite de lua cheia
Há sorrisos belos no ar
E em frente a esta assembleia
Mais paz pode-se encontrar.

REFRÃO

Naquela noite os três reis
Ao verem a gruta abençoada
Ofertaram o Menino Jesus
Sem esperar mais nada.

REFRÃO

Cantado na Praça Francisco Ornelas da Câmara em frente aos Paços do Concelho da Câmara Municipal.