sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

SÊ LIVRE E NORMAL!

Os dias foram passando
E a vida modificou-se,
Foste mudando,
Desiludindo,
Abandonando
A tua forma de estar,
Deixaste saudade
E perturbaste o ambiente.

Gostavam que voltasses
A ser o que eras antes
E não te perdesses nas drogas.
Preferiam que fosses mais livre
E tenho a certeza que outros também.

Todos querem a tua felicidade
E não o teu sacrifício,
Goza a tua mocidade
E perde esse "vício"
De sair com essa gente,
Um verdadeiro jovem
Tem de ser diferente.

21 Dezembro

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

AMOR TÃO FORTE!

Minha alma amolece
Sempre que a tua aparece
Nem precisas falar
Meu coração conhece
As palavras e cresce
Em nós o verbo amar.

O tempo fica mais quente
E só te quero frente a frente,
A temperatura começa a subir
Todo o clima está diferente,
Nossa paixão é ardente...
Contigo nunca me vou desiludir.

Tens pura magia
Que me faz delirar,
De noite ou de dia
Perco-me no teu olhar.

Por mais voltas que o mundo dê
Nunca vou deixar de te ter,
Só a ti minha alma vê,
Só por ti meu coração vai bater.

Vamos ficar neste caminho
Para sempre és meu destino.
Em ti só há paixão.
És uma infinita luz, meu brilho,
Ao ver-te sigo o teu trilho
Esperando a Perfeição.

A Terra e o Espaço
Juntam-se no nosso abraço
Nosso amor é tão forte!
Nossa história é tão linda
Que eu espero ainda
Cada vez mais sorte.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

CRÓNICA - Os Livros São Nossos Amigos

Desde criança, antes de aprender a ler, que tive contato com os livros, minha mãe lia-me muitos contos, alguns populares, outros mais modernos, desde a fantasia à aventura. Minha avó lia-me jornais. Mais tarde li-os sozinha e aprendi muito. Desde que se inicia na escola que há ligação aos livros e a descoberta de muitas letras,
palavras, números, cálculos, histórias, lugares e do nosso corpo.
Sempre vi um amigo num livro, pois muitas vezes refugiava-me na biblioteca a ler e a escrever, deixando os meus e minhas colegas de lado, eram parvos (as) e só queriam gozar. Sempre fui das melhores alunas e aprendi muito com os mágicos de folhas bem encadernadas, sei muitas histórias de diversos assuntos e inspiro-me facilmente.
Um leitor atento percebe que o livro é quase alguém ou um grupo de pessoas com cultura. Só os mais inteligentes sabem aproveitar o benefício de um livro. Seja de que tema for, um livro tem sempre mais valor do que uma conversa com algumas pessoas. Pois as páginas escritas com finura e beleza singular enriquecem as mentes e não costumam magoar, enquanto as pessoas, às vezes, parecem venenosas e más que quase nos açoitam com as palavras frias e amargas como pedras que vomitam desnecessariamente.
Muitos (as) escritores (as) anseiam por ver os seus escritos, que por vezes espelham os seus sonhos ou as suas vidas, nas bancas das tabacarias e livrarias para ganharem algum dinheiro e fama, demostrando ao mundo desocupado o que descobriram noutros livros ou noutras páginas da vida. É difícil, constantemente, cativar um (a)
leitor (a), é necessário vencer algumas batalhas e a primeira delas é consigo mesmo.
Depois tem de se convencer a editora que se está à altura de estar na frente de
combate sem sair ferido demais ou pronto para a sepultura. Ao ganhar-se várias batalhas e ao tornar-se um bestseller, vencendo a guerra, o (a) autor (a) transforma-
se na triunfadora deusa da literatura, desafiando as artes.
Agatha Christie é uma das que vendeu muito e tornou-se popular com policiais. Outra autora de destaque é a Danielle Steel que triunfou nos romances. E ainda há a J.K. Rowling que é uma das que cativou muitos leitores que adoram o mundo da fantasia.

Setembro

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

CRÓNICA BIOGRÁFICA - BAHIANO ROMANCISTA

Em todos os séculos existe um escritor ou poeta que se destaca. E, no século XX, foi Jorge Amado o escolhido. Nasceu no verão de 1912, no dia 10 de Agosto, em Itabuna, Bahia. Os pescadores trabalhavam nessa altura.
Alguns verões passaram e ele cresceu. Tornou-se um escritor, escreveu grandes romances, baseados na sua terra, mencionando as dificuldades passadas.
O seu primeiro romance, O País do Carnaval, foi publicado em 1931, e vendeu mais de mil exemplares, sendo feita uma 2ª edição.
Em 1935, publicou um romance que destacava a vida dos negros na Bahia, Jubiabá, e teve um grande impacto. Deu origem a uma radionovela em 1946, a duas peças teatrais, e foi adaptado para o cinema e para a TV, com produção franco-brasileira, sendo transmitido na França.
Em 1936, publica o romance Mar Morto, que foi escrito em quinze noites, depois de ele sair da prisão por motivos políticos. Recebe o Prémio Graça Aranha no mesmo ano. Esse romance foi traduzido para diversas línguas, além de transformado em radionovela, em 1940, e adaptado para o cinema, em 1957. Dorival Caymmi fez uma música sobre esse tema.
Em 1937, saiu a público Capitães de Areia. Além de muitas traduções, também foi adaptado para telenovela, em 1989, representado em três espetáculos de dança, na dácada de 80 - dois deles estrangeiros -, e esteve no cinema em 1971. Exibirão um filme sobre a obra recentemente.
Em 1956, saiu para o mercado o romance Gabriela, Cravo e Canela. Além de várias edições, também foi traduzido para inúmeras línguas e adaptado para telenovela na década de 80.
Em 1966, chega às livrarias o romance Dona Flor e seus Dois Maridos. Foi exibido em cinema no ano de 1976, assim como adaptado para mini-série de TV em 1977 e representado no teatro. Ganhou destaque não só pela história como também pelo conteúdo gastronómico da Bahia.
Em 1977, foi publicado o romance Tieta do Agreste, que apresenta o dia-a-dia de uma Bahia renovada, com a influência da cultura hippie e as ameaças das novas indústrias. Teve direito a uma mini-série na TV em 1990, com a atriz Betty Faria como protagonista. Anos depois, fizeram um filme baseado nessa famosa obra.
Em 1984, surge o romance Tocaia Grande, que falava da construção de um povoado no início do século, de suas gentes e da história da sua cidade. Foi traduzido em diversas línguas estrangeiras e, em 1995, teve adaptação para novela de TV.
Embora queira destacar o romancista que ele foi, é importante salientar que estudou Direito no Rio de Janeiro na década de 30, foi jornalista e político. Porém, sua faceta de escritor o elevou, principalmente depois de se tornar romancista. Não existe outro escritor como ele no Brasil. Vendeu milhares de livros e ganhou o Prémio Camões em 1994. A obra teve versões em braille e em áudio para cegos.
É hoje considerado o melhor romancista e o maior escritor brasileiro do século XX. Vinte e cinco romances deu a conhecer ao mundo, embora também tenha escrito poemas, contos, crónicas, biografias, autobiografia, memórias e livros infantis.
Em 1986, inaugurou-se em Salvador da Bahia, a Fundação Casa de Jorge Amado, que mostra as diversas obras literárias do autor, quer em livros, quer em manuscritos, revistas, traduções e fotografias.

Março

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

CRÓNICA AUTOBIOGRÁFICA - O RENASCER DUMA ESCRITORA

No primeiro ciclo, comecei a escrever, principalmente sobre mim, nas composições da escola e no diário em casa. Além disso, lia muitas histórias de aventuras. era elogiada pelas professoras de Português pela minha criatividade. Participei num concurso literário com um conto baseado em factos reais e ganhei uma menção honrosa! A minha primeira vitória! Não estava nada à espera: aos 12 anos tornei-me escritora!

Então comecei a escrever em casa histórias com mais acção que os textos livres pedidos para a escola e a guardá-las para mim. Também desenhava algumas partes mais interessantes da aventura. Depois abandonei-as. Dizem que não dá futuro a ninguém a literatura e que só se gasta dinheiro sem lucrar!

Também nessa altura surgiu a poesia, baseava-me em canções de outros e cantarolava algumas canções e poemas meus, mesmo sem tocar nenhum instrumento, embora tenha aprendido flauta.

Depois de me apaixonar, a inspiração ficou mais forte. Com apenas 16 anos, preparei alguns poemas de amor para enviar para uma editora no Porto, mas eles, apesar de gostarem, não acharam muita qualidade, disseram que eu era muito nova e que precisava ler mais e aperfeiçoar a escrita.

Mostrei a alguns dos meus docentes os poemas, pois esperava que me dissessem o que estava mal e que pudesse publicar um livro o quanto antes. Estava com muita pressa de mostrar ao mundo o meu talento, as minhas inspirações e sentimentos! Mas demoraram bastantes anos para que isso sucedesse, muitas editoras receberam poemas e prosas minhas e não consegui cativá-las a ponto de publicar os meus textos e nem arranjei um patrocinador.

Participei em diversos concursos literários no Brasil e em Portugal sem que obtivesse bons resultados, mas também ganhei alguns. E em Maio de 2011 aconteceu a publicação em livro dos poemas que enviara para um concurso, 50 poemas de amor, alguns que já eram bastante visualizados. Também fui escolhida para a antologia de poesia do escritor Valdeck. Fiquei muito contente com o que me sucedeu e já planeio outro livro.

Qualquer jovem poeta ou escritor(a) tem dificuldade em se inserir na sociedade como tal, devido à crise financeira em que o mundo se encontra e à falta de interesse de muitas pessoas pela leitura e escassez de tempo. Mas não se pode desistir, havemos de conquistar leitores com o passar do tempo, pois a natalidade não é nula e, com o decorrer dos anos, mais crianças se interessarão pela leitura e escrita.

Outubro de 2011

quarta-feira, 25 de julho de 2012

MUDANÇAS NA VIDA

Tanta coisa mudou
Desde a última vez
Que vim aqui!...

As árvores estão diferentes
– Existem mesmo umas a mais –
O cheiro já é outro,
O espaço está menor,
– Talvez esteja melhor! –
Mas as recordações ficaram.

Só que já não existe aquele
Recanto em que me sentava
E escrevia para ti…

Agora escrevo de pé,
Tendo como mesa um tronco de árvore
Ou a minha própria mão.

Hei-de descobrir
Novos lugares
Para substituírem os antigos…
(Embora saiba que talvez
Não me seja tão queridos!)
Porém, aprenderei a adorá-los
Como no dia em que vieste
Para a minha vida:
Algo novo, mas bom,
Que comecei a amar
Mais do que tudo!

ENCONTRO MATINAL

Foi no ónibus que se encontraram,
Num olhar se apaixonaram.
Aproximaram-se lentamente
E a conversa surgiu respeitosamente.

Os dias passavam,
Cada vez mais se falavam;
O amor apareceu
E um encontro diferente aconteceu:

Passeios à beira-mar,
Idas ao cinema e para jantar,
Namoro e casamento,
Amor eterno foi o juramento.

O MUNDO

Subi todas as montanhas
E descobri tuas façanhas,
Fiz um esboço, uma planta
P´ra perceber o que te espanta
Neste grande mundo
Que num segundo
É abalado,
Mas na realidade
Uma eternidade
A ser arranjado.

Vou encontrar
A password
P´ra entrar no world,
Vou encontrar
O erro da página
E instalar novo software,
Que má reaja
A tudo o que de mal vier.

Descobri tuas façanhas,
Perdi-me nas montanhas,
Pensei no que te espanta
E preparei a garganta
Para gritar:
Que não se pode viver
Num mundo a morrer,
Não se pode viver
Num mundo sem vencer,
Assim não pode ser,
Vamos ajudar,
Não deixar-se esmorecer.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

CONTO - UM BILHETE ANÓNIMO

Quando o final do ano lectivo aconteceu, Magda, que até agora tinha ocultado os seus sentimentos pelo professor de educação física, Guilherme, por temer a rejeição e parecer ousada,finalmente teve coragem para se declarar escrevendo um bilhete. Descobriu qual o seu cacifo e colocou um bilhete. Guilherme ficou surpreso com tal papelinho, assim como com o seu conteúdo:

Há muito que lhe quero dizer que é bonito.
Conheço-o à algum tempo e você a mim.

Se quer saber quem eu sou vá até ao cais às 20h30min.

M.


Quando terminou de ler sorriu. Arrumou o bilhete e tirou tudo o que tinha no cacifo arrumando na mochila. Saiu da sala em direcção a casa. Foi a pé, morava relativamente perto.
Enquanto caminhava pensava:
«-Quem será? Porquê tão tarde o encontro? Deveria ser já, estou ansioso para saber quem é. Se não gostar disfarço, dou meia volta e vou para o bar da praia.»
Ao chegar a casa tomou um banho e vestiu t-shirt e calças de treinar. Nem o pai nem a mãe desconfiavam que ele teria um encontro. Jantou e fez-lhes companhia durante algum tempo enquanto a tv transmitia o noticiário. Ao passar cinco minutos das vinte horas, levantou-se e disse-lhes que ia encontrar-se com amigos.
Quando chegou ao cais avistou algumas pessoas ao redor, a maioria acompanhadas. Mas havia uma mulher mais afastada e voltada para o mar, era elegante e de cabelo ondulado escuro. Só poderia ser aquela a M! Até suspeitou que pudesse ser a sua ex-aluna, porém, não queria estar muito empolgado, pois era cedo e a tal mulher poderia ainda não ter chegado ou nem aparecer. Aproximou-se lentamente e disse sorridente:
--Está um bonito fim de tarde! - Porém, ao aperceber-se de quem se tratava acrescentou – Magda!?
--Sim. Estou à espera do homem que sempre esteve apaixonado por mim e só agora admitiu.
-Estou sem palavras... Algumas vezes suspeitei do teu interesse, mas conclui ser loucura minha.
--Também apercebi-me muitas vezes que me olhava com ar de macho... Farei dezoito anos
amanhã.
--Não te importas mesmo que namoremos? Eu fui teu professor até hoje.
--Poderemos mentir, ninguém precisa saber que eras meu professor, Guilherme.
Ele enlaçou-a e beijou-a confessando:
--Só o nosso amor interessa.

2011

Varal do Brasil - Edição de Julho/Agosto de 2012

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terça-feira, 15 de maio de 2012

MENDIGO

Porque tens frio e os outros não
Isolas-te ao sol para aquecer.
Ages como uma lagartixa a correr
Perseguida pela solidão!

Porque desejas o que não tens
Estás insatisfeito e não convens.
Porque tens falta de humor
És desprezado e ganhas dor.

Porque magoas os inocentes
Tens atos de pânico frequentes.
Porque és diferente dos demais
E esqueces-te do caminho bom,
Derivas como os animais
À escuta de um outro som.

(Aqui estou eu à procura de inspiração
Na poesia alheia e a homenagear.)

18/2/2005

Publicado no site Recanto das Letras
www.recantodasletras.com.br/homenagens/4871844

sexta-feira, 11 de maio de 2012

CRÓNICA - DÊ PAZ E AMOR

O Mundo está cada vez mais faminto de valores, de amor, de paz, porque muitas pessoas estão afastadas de Deus, da religião e têm pouca ou nenhuma fé. Cada um só pensa em si e em se exibir, ganhar mais dinheiro, enquanto existem partes do mundo em guerra, sem amor, sem mantimentos, sem vestuário adequado, sem condições para estudar e para crescer saudavelmente.
Todos precisam tirar um pouco do seu tempo para ajudar os mais necessitados. Embora a crise paire, pela atmosfera de todos os continentes, nós tempos sempre algo que não precisamos e que podemos dar: uns brinquedos ou roupas usadas, um pequeno donativo, uma palavra de conforto, um sorriso ou um telefonema, como ato de amizade, preocupação, solidariedade ou lembrança para com os mais isolados, idosos, doentes ou distantes.
Diga aos outros o quão gosta deles, pois a vida é fugaz e deve ser vivida em paz e sem ressentimentos, com amor e alegria! Se não tentarmos viver da maneira mais correta não seremos totalmente felizes. Ao darmos felicidade a alguém, conseguimos que a nossa vida seja um pouco do Paraíso.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

CONTO - DEPOIS DA TRAGÉDIA VEM A ESPERANÇA

Na semana que antecede a Páscoa estava tudo muito agitado na casa da família Aragão, pois a sua filha mais velha, Esmeralda, ia casar-se com Dionísio, um toureiro afamado. Os pais de ambos estavam agitados com os preparativos. Esmeralda já comprara o vestido de noiva e estava radiante com o seu casamento. Os padrinhos já haviam sido escolhidos, os convites entregues a tempo e os convidados já tinham avisado que iam. Contava-se com mais de cento e dez pessoas. Nada podia falhar!
Porém, na quarta-feira da semana santa, à tarde, houve um grave acidente na auto-estrada. Dionísio ia com uns amigos num dos carros que ficara amolgado e os seus ferimentos não eram ligeiros. As causas do acidente eram a velocidade excessiva e a estrada molhada.
Esmeralda só tivera conhecimento do facto uma hora mais tarde. Ficou em apuros e resmungou para a mãe:
– Não acredito no que me está a acontecer! Por que é que tinha que ser logo agora?
– Minha filha, o que aconteceu?
– O Dionísio teve um acidente de automóvel com uns amigos… Sempre temi o touro e afinal, ele nunca nos prejudicou, bastou um simples acidente para estragar tudo.
– Não tires conclusões precipitadas… O casamento ainda não está estragado. Não agoires. Não sabemos se os ferimentos são muito graves.
– Quando me ligaram do hospital disseram-me que os ferimentos não eram leves, portanto, temo pelo meu casamento. Não quero pensar nisso, mas quase que sou obrigada.
– Não fiques assim. – Consolou a mãe.
No dia seguinte à tarde Esmeralda foi até ao hospital ver o seu amado. Ele estava inconsciente, mas deixaram-na entrar no quarto e dar-lhe a mão. Teve vontade de chorar ao vê-lo naquele estado. Quando saiu perguntara a um dos médicos que o assistiu quantos dias ele poderia ficar desacordado. Eles não lhe deram resposta certa:
– Depende. Ele levou uma pancada na cabeça, tem um traumatismo craniano. Não é o caso mais grave, e isso deveu-se ao atendimento da equipe hospitalar no local do acidente. Nestes casos, considerados moderados, ele pode vir a ter dificuldade em se movimentar ou em comunicar. Mas como lhe disse: depende.
– Demora mais do que uma semana?
– Não lhe sei dizer ao certo. Não fique ansiosa, minha senhora. Relaxe e pense que o pior já passou. Agora é tudo uma questão de tempo. – E, dito isso, foi-se embora.
Esmeralda veio para casa de táxi e durante todo o caminho rezou para que o seu amado melhorasse o mais rápido possível, porque queria muito casar-se.
Todos os dias Esmeralda ia visitar o seu amado na esperança que ele lhe desse um sinal de melhoras. No dia anterior ao de Páscoa, ele abriu os olhos na altura em que ela lhe tinha ido visitar e olhou-a. Esmeralda encheu-se de felicidade e já sem pensar nos seus ferimentos não se conteve e abraçou-o, de lágrimas nos olhos. Então, pegando-lhe na mão e olhando bem nos olhos de Dionísio disse:
– O nosso casamento, que estava marcado para amanhã, foi cancelado. Já avisei todos os convidados. Lamentaram e prometeram vir-te visitar. Marcaremos nova data depois de estares curado.
Então ela viu que dos seus olhos caiam lágrimas e emocionou-se:
– Não quero que chores nem que sofras mais do que já sofreste nestes últimos dias.
Ele abriu a boca para tentar dizer alguma coisa, mas não conseguia. E ela viu que o seu sangue batia mais forte nas veias e que a mão dele apertava a sua. Dionísio queria dizer-lhe qualquer coisa, mas não podia.
– Não te esforces. Tenta descansar. – E levantou-se – E não te preocupes que volto amanhã e todos mais dias que aqui estiveres. – E beijou-lhe a mão saindo de seguida.
Informou os médicos do que sucedera e um deles disse:
– Como viu, disse-lhe a verdade, o caso do seu namorado não era grave e não tinha que se preocupar. Se ele continuar a progredir não tarda a ter alta e a voltar para casa.
Quando entrou em casa, já era o final do dia, deu as boas novas à mãe dizendo:
– Estou muito contente com as melhoras do Dionísio. Apesar de não nos casarmos no dia de Páscoa eu fiquei a saber qual era o verdadeiro espírito deste acontecimento que se celebra todos os anos. Existem milagres e ressurreições, todos os dias e a todas as horas.
– Mas o Dionísio não ressuscitou, ele não estava morto.
– Quando o vi naquela cama do hospital tão enfermo não acreditei nas palavras do médico: que não era grave e que ia melhorar; pensei que ele ia morrer mais cedo ou mais tarde e que o doutor me queria poupar. Foi então que me voltei para a oração, pedindo ajuda dos Céus, talvez a transcendência pudesse actuar. Quando me dei conta do começo das melhoras dele, hoje quando o fui visitar, passei a acreditar nas palavras do médico e na ressurreição, não só dos mortos, mas também dos doentes. Porque o estado dele, inconsciente, para mim, era a morte a chegar. Porém, ele já despertou do seu sono e este ano, na Páscoa, haverá ressurreição à séria, pois eu também senti o meu coração ressuscitar, tornar-se mais optimista e com mais amor, não só às pessoas, mas a Deus Nosso Senhor.
– Minha filha! – Exclamou a mãe abraçando-a – Estou muito contente por te sentires renovada e com mais fé. Por vezes há males que vêm por bem. Deus sabe sempre o que faz, por isso, tenho a certeza, que este ano, a Páscoa será diferente para todos nós da família.
– Só tenho pena de o Dionísio ainda estar no hospital. – Lamentou Esmeralda cabisbaixa.
– Não fiques triste, minha querida! – E abraçou-a – Vamos avisar a família dele e amanhã, à tarde, iremos todos juntos visitá-lo e passar o resto do dia de Páscoa junto dele.
Ao ouvir a mãe dizer tais coisas conseguiu sorrir novamente.
No dia seguinte foram todos para o hospital. A princípio os médicos não queriam deixar entrar tanta gente no quarto do paciente, mas Esmeralda insistiu tanto que o médico acabou por consentir:
– Visto que hoje é dia de Páscoa, podem entrar; mas com uma condição: uma enfermeira vos acompanhará e ficará lá durante a vossa visita.
Todos aceitaram e lá foram na direcção ao quarto. Esmeralda foi a primeira a entrar.
Dionísio já estava sentado, encostado à barra da cama, com uma pilha de almofadas atrás de si. Ao ver a família chegar sorriu-lhes. A namorada foi para junto dele e deu-lhe a mão, sentando-se a seu lado dizendo-lhe:
– Como vês estou junto de ti, tal como te prometi. E trouxe a nossa família mais chegada para passarem esta tarde, do dia da Festa da Ressurreição, contigo. Então, Dionísio abriu os lábios e começou por dizer:
– Esme…ral…da.
– Dionísio! – Exclamou de felicidade, deixando um sorriso sair dos seus lábios – Falaste.
– Des…cul…pa.
– Desculpa de quê?
– Por ter ti...do o aci…den…te.
– Esquece. Não tiveste a culpa de nada. E aliás, o importante é estarmos juntos hoje. Não importa onde seja. Eu tenho é que te agradecer... Sei que é talvez desapropriado o que eu vou dizer, mas… – E sorriu, baixando a cabeça.
– Diz.
Então, encarou-o e disse:
– Esta desgraça serviu para nos aproximar cada vez mais e para nos unir a Deus. Tenho a certeza que as tuas rápidas melhoras tiveram muito a mão de Deus.
– Mas e o… casa…men…to?
– Fica para depois; por que eu acredito que os sentimentos, com o tempo, não se desgastam, muito pelo contrário: crescem e se fortificam cada vez mais.

quarta-feira, 21 de março de 2012

ADORO TUDO

Adoro tudo na ilha
Tudo é uma maravilha,
Os pássaros saem dos ninhos
E vêm cantar fininho.

Adoro tudo na ilha,
Adoro comer ervilha...
Todo o tipo de torneiras
E aqueles sem maneiras.

Adoro as formigas
Mesmo quando vêm para casa,
Tenho muitas amigas
E na lareira uma brasa
Acesa para cozer massa.

Adoro a comida
Mesmo no dia seguinte.
Adoro a minha vida,
Tudo é um requinte!
Adoro estar na casa dos vinte...

13 de Dezembro

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CONTO - A CLONAGEM HUMANA

1
As experiências do casal Samtron com células humanas começaram quando o casal descobriu ser estéril. O seu amor um ao outro e à ciência fê-los permanecer juntos e realizar inúmeros estudos sobre a clonagem de embriões humanos.
Uma bela tarde, Rubídio Samtron, ao fazer uma nova experiência com embriões, conseguiu que a sua mulher engravidasse com um embrião clonado. Estavam muito felizes que decidiram comemorar com champanhe.
Enquanto isto, um ajudante, Plínio, arrancara um cabelo a uma moça loura que assistia um concerto, pois já percebera que ela não estava interessada nele e queria tê-la de qualquer jeito.
Ao chegar ao seu laboratório iniciou a experiência que aprendera com o Dr. Samtron e clonou a tal rapariga loura em poucos dias. Colocou-lhe o nome de Pancrécia.
Os meses passavam e os dois jovens cientistas, Plínio e Flánio, trabalhavam em clones de moças, com a ajuda do Dr. Samtron, e fizeram com que o metabolismo delas progredisse até ao crescimento que queriam e depois estabilizaram, mantendo-as sempre com o mesmo aspecto, ou seja, jovens, saudáveis e elegantes. Arranjaram namoradas perfeitas num instante!
Depois de alguns meses nasceu a bela bebé Daiana Samtron. A menina cresceu normalmente. Ribélula ausentou-se das experiências científicas e fora para sua casa cuidar da bebézinha.
Eles estavam muito contentes com o seu sucesso na clonagem humana. Pensavam já
em fazer novos clones e em ter muitos filhos, de ambos os sexos. Além disso, pretendiam ajudar outros casais na mesma situação de infertilidade.
Um dia Rubídio lisonjeou-se perante Ribélula e seus pupilos, Plínio e Flánio:
– Finalmente ficarei mundialmente conhecido como o pai da clonagem humana para estéreis. – E sorriu, gabando-se de forma emproada – Serei o cientista mais famoso da região. Vou apresentar-me no Museu da Ciência Avançada amanhã.
Os Samtron em pouco tempo tiveram outra filha, mas desta vez ficou com o metabolismo acelerado, embora fosse menos do que o das outras moças, seis meses equivaliam, aproximadamente, a um ano para ela. Colocaram-lhe o nome de Pamela.

2
Depois de alguns meses, Ribélula voltou a ajudar o marido e os meninos. Agora clonavam um abortado e faziam mais clones através de embriões.
– Graças à nossa experiência pudemos baixar a lista de espera dos centros de adopção e ganhar mais um prémio.
– Não digas isso, – Murmurou a esposa – para os meninos não pensarem que somos interesseiros. – Acrescentando depois – Temos amor ao nosso trabalho, queremos muito ajudar os outros. – Então chamou Flánio e ordenou-lhe – Vai colocar essas bebezinhas na adopção. Existem muitos casais em lista de espera. A maioria prefere
bebés.
Flánio obedeceu à sua patroa.
Um certo dia houve um casal que se voluntariou para permitir uma experiência laboratorial e com um embrião clonado o óvulo da mulher foi fecundado engravidando do seu marido.
Quando a criança nasceu em perfeitas condições, sem metabolismo acelerado, a notícia saiu nos jornais e sucederam-se inúmeras entrevistas, palestras sobre o assunto e mais casais inférteis se voluntariaram a engravidar através desse processo inovador. A lista de casais sem filhos baixou drasticamente em poucos
meses e mais felicidade se viu em muitos rostos.

2011

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sábado, 7 de janeiro de 2012

Ao Sr. Euclides Álvares da Califórnia

O Sr. Euclides Álvares
Merece uma homenagem
Porque é um homem da rádio.

Sua voz ecoa pelos ares
E o seu espírito jovem
Dá a todos mais força e brio.

4 de Dezembro

domingo, 1 de janeiro de 2012

NOITE BELA FORMOSA

Noite Bela e Formosa
É esta noite de Reis!
Desfilamos na rua airosa
Louvando este dia seis.
Cantamos bonitas canções
Neste dia tão aclamado,
Ouvem-nos multidões
O serão está animado
Com Jesus nos nossos corações.

Nesta noite de Janeiro
Brilham lindas estrelas,
O luar será o primeiro
A querer recebê-las.
A animação enche a rua
Com desfile gigantesco,
Do céu sorri-nos a lua,
O tempo está mais fresco
E este belo som flutua.

Dezembro de 2009

Cantado desde a Igreja Matriz de Santa Cruz até à Praça Francisco Ornelas da Câmara.